🩺 Imagine, no dia seguinte a uma cirurgia, uma paciente já poder ir para sua casa e retornar às suas atividades precocemente, mantendo sua independência? Isso pode acontecer com pacientes submetidas à histerectomia por videolaparoscopia.
A histerectomia laparoscópica (retirada do útero por vídeo) é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que consiste na remoção do útero através de pequenos cortes na região abdominal.
Esse método é considerado menos invasivo do que a cirurgia abdominal tradicional (cirurgia aberta por corte), pois utiliza pinças delicadas e uma câmera para visualizar o interior do abdome e remover o útero. A recuperação costuma ser mais rápida, com menor trauma cirúrgico e melhor efeito estético quando comparada à cirurgia tradicional.
1 – Doutor, quais são as indicações de retirar o útero por vídeo?
As indicações são basicamente as mesmas da histerectomia convencional: sangramento uterino descontrolado mesmo com uso de medicações, miomas, adenomiose, dor pélvica, tumores do endométrio, tumor do colo do útero ou dos ovários. O que limita o procedimento por vídeo geralmente é o volume uterino.
Mas mesmo em casos de úteros volumosos pode ser removido com um dispositivo que tritura e aspira o útero, o mesmo pode ser realizado do útero em pedaços pela vagina.
2 – Operei meu útero totalmente por vídeo. Por onde meu útero foi removido?
Na histerectomia laparoscópica o útero geralmente sai pela vagina. Ou em casos de úteros volumosos pode ser retirado pelo portal (trocarte) com auxílio do morcelador uterino.
3 – A retirada do útero por vídeo trata a endometriose?
Geralmente a histerectomia não é um tratamento para endometriose, até porque os focos de endometriose estão fora do útero, e mesmo ele sendo retirado, a endometriose irá continuar a ser estimulada pelos hormônios produzidos pelo ovário ou produzidos pelos tecidos endometrióticos.
A remoção do útero pode fazer parte do tratamento cirúrgico da endometriose, mas como terapia complementar, como é o caso de adenomiose e sangramento uterino anormal.
4 – Quais os cuidados básicos que devo ter no pós-operatório de retirada do útero por vídeo? Quanto tempo fico no hospital depois da operação? E quanto tempo volto a trabalhar?
Depois do procedimento, é normal sentir dor ou cólicas abdominais, ter dificuldade em urinar ou um pouco de sangramento vaginal, que dura alguns dias, além de debilidade em geral.
É importante evitar esforço, pegar peso, fazer atividades físicas ou movimentos bruscos, por, pelo menos, duas semanas após a cirurgia.
Evitar relações sexuais, observar a presença de secreções ou sangramentos e seguir todas as orientações médicas são formas de evitar dor, edema, melhorar a circulação e reduzir riscos de trombose.
A internação hospitalar depois da cirurgia por vídeo é de 24 a 48 horas, e a maioria das pacientes pode retornar às suas atividades em cerca de duas semanas.
5 – A retirada do útero por vídeo afeta minha vida sexual?
A maioria das mulheres não sente nenhum efeito colateral na sua sexualidade. Muitas vezes, o oposto é verdadeiro, com uma melhora na sua vida sexual, especialmente se o sangramento era prolongado e causava dor ou durante a relação sexual.
A maioria das mulheres pode ter relações sexuais mais ou menos seis a oito semanas após a histerectomia.
Se uma mulher não passou pela menopausa e teve os ovários removidos junto ao útero, existe o risco de surgirem sintomas de deficiência hormonal.
Nesses casos, pode haver tratamento hormonal e acompanhamento de outros médicos (ginecologistas ou especialistas cardiovasculares).
Caso tenha dúvidas ou efeitos diferentes do esperado, procure um especialista..
Autores:

DR. LEANDRO MROZINSKI
CRM/MT 4751 – RQE 2057
Cirurgia Videolaparoscópica – RQE 6321
- Membro da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE)

DR. LEANDRO DUTRA PERES
CRM/MT 9035
Cirurgião do Aparelho Digestivo – RQE 4283
Cirurgia Geral – RQE 4338
Cirurgia Videolaparoscópica – RQE 4339
- Membro da Associação Internacional de Cirurgia Hepatobiliopancreática (IHPBA)
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica (SOBRACIL)
- Membro da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE)