🩺 A colelitíase, mais conhecida como pedras ou cálculos na vesícula, é uma condição comum que pode causar sérios problemas se não for tratada corretamente.

A colelitíase, mais conhecida como pedras ou cálculos na vesícula, é uma doença que ocorre quando pequenos cristais se formam na vesícula biliar, um pequeno órgão localizado logo abaixo do fígado, responsável por armazenar a bile. Esses cristais, ou “pedras”, podem variar em tamanho e quantidade. Desde lama biliar até cálculos do tamanho de um ovo. Embora algumas vezes não causem sintomas, podem levar a complicações sérias se não forem tratados adequadamente.
Vamos descomplicar esse assunto e entender os riscos associados às pedras na vesícula.
É importante saber que a vesícula biliar desempenha um papel na digestão, armazenando e concentrando a bile produzida pelo fígado, que será necessária para digerir gorduras no intestino. Quando ocorre a precipitação da bile, pedras se formam e bloqueiam o fluxo normal da bile e/ou o surgimento de infecção por bactérias na vesícula, podendo ocasionar sérios problemas de saúde.
Um dos principais riscos de ter pedras na vesícula é a dor. Essas pedras podem provocar crises de dor intensa na parte superior direita do abdome, especialmente após refeições ricas em gordura. Essa dor também pode irradiar para as costas ou ombro direito. Além desse desconforto, se uma pedra bloquear completamente o ducto biliar, pode causar inflamação da vesícula (colecistite), sendo uma condição que frequentemente requer tratamento de emergência.
Outro risco sério é o desenvolvimento de icterícia, o amarelamento da pele e dos olhos. Isso acontece quando uma pedra bloqueia o ducto comum do fígado, impedindo a bile de chegar ao intestino e causando um aumento de bilirrubina no sangue.
Além disso, as pedras na vesícula podem causar pancreatite aguda, uma inflamação do pâncreas, se uma pedra se mover e bloquear o ducto pancreático. Essa é uma emergência médica que requer atenção imediata, pois pode levar o paciente a necessitar de terapia intensiva e potencialmente ser fatal.
Existe também o risco de que as pedras na vesícula causem uma infecção dentro da vesícula biliar, conhecida como colecistite aguda. Os sintomas incluem febre, calafrios, náusea e uma dor intensa no abdome que pode piorar, levando o paciente muitas vezes às emergências dos hospitais.
Por fim, embora seja rara, as pedras na vesícula podem levar ao câncer da vesícula biliar. A probabilidade aumenta em pessoas que sofrem de colelitíase por um longo período, especialmente se as pedras são grandes.
A boa notícia é que a colelitíase pode ser gerenciada e até prevenida com mudanças na dieta e estilo de vida, como manter um peso saudável, comer uma dieta balanceada rica em fibras e com pouca gordura, e exercitar-se regularmente.
Em casos de pedra já sintomática na vesícula biliar, podem ser realizados medicamentos como analgésicos e antibióticos para manter os sintomas e a inflamação, mas o tratamento definitivo é geralmente a remoção da vesícula (cirurgia por vídeo). Se possível, a cirurgia deve ser realizada com equipe treinada em cirurgia por acesso minimamente invasivo, que oferece menor tempo de internação e recuperação mais rápida e com abordagem de videolaparoscopia de última geração.
Apesar de excelente técnica (fria na vesícula) ser o procedimento eletivo mais realizado atualmente na especialidade de cirurgia geral e digestiva, as complicações, especialmente a lesão do ducto biliar principal, podem trazer sérios impactos aos pacientes. Por isso, é muito importante que seja realizada com segurança e por uma equipe capacitada.
É importante consultar um médico se você acredita que pode ter pedras na vesícula, especialmente se experimentar sintomas como dor na parte superior do abdome, febre, icterícia ou náuseas e vômitos. E, caso você faça uma ultrassonografia do abdome e encontre pedras na vesícula, mesmo que você não sinta nada, muitas vezes é sinal de alerta. Na maioria dos casos, é melhor operar essa vesícula com diagnóstico de colelitíase do que partir para uma cirurgia mais tardia ou traumática, maiores são os riscos e complicações.
Uma coisa é certa: com o diagnóstico precoce e tratamento adequados, os riscos associados à colelitíase podem ser significativamente reduzidos.
Autores:

DR. LEANDRO MROZINSKI
CRM/MT 4751 – RQE 2057
Cirurgia Videolaparoscópica – RQE 6321
- Membro da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE)

DR. LEANDRO DUTRA PERES
CRM/MT 9035
Cirurgião do Aparelho Digestivo – RQE 4283
Cirurgia Geral – RQE 4338
Cirurgia Videolaparoscópica – RQE 4339
- Membro da Associação Internacional de Cirurgia Hepatobiliopancreática (IHPBA)
- Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica (SOBRACIL)
- Membro da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE)